Comer ou não comer? Saiba se vale a pena correr em jejum

Conheça as vantagens e desvantagens desse tipo de prática bem comum entre os corredores de rua.

Você tem o costume de correr em jejum?

Treinar em jejum é uma das principais dúvidas dos corredores de rua quando o assunto é alimentação pré-treino.

Seja por falta de apetite pela manhã, seja pelos possíveis benefícios dessa prática, o fato é que muitos corredores optam por fazer seus treinos de “estômago vazio”.

Neste conteúdo, você vai conhecer mais sobre o tema, e descobrir, de uma vez por todas:

É correto correr de manhã em jejum?
O que acontece se treinar em jejum?
Quais os benefícios de correr em jejum?
Quais os cuidados ao aplicar esse hábito?

Antes de entrarmos direto no tema, é importante entender o que é o jejum e em quais situações ele costuma ser aplicado na nutrição.

O jejum, ou restrição calórica voluntária de alimentos, é um protocolo definido como uma intervenção nutricional para redução do consumo energético e manutenção da qualidade da alimentação.

A prática do jejum é bem antiga e tem forte ligação com práticas ligadas à disciplina religiosa.

Para diferentes religiões, o propósito básico do jejum é se conectar a Deus em busca da sua intervenção sobrenatural.

Na ciência, o jejum tem sido objeto de muitos estudos, e ganhou ainda mais evidência com a popularidade de dietas que usam o método conhecido por “jejum intermitente” (16 a 20 horas sem se alimentar) para conquistar resultados de emagrecimento.

Mas existem outros tipos de jejum como: de 24 horas, de curto período, jejum noturno, jejum prolongado, jejum protéico, etc, dependendo dos objetivos a serem alcançados.

Estudos demonstram que essa prática, feita com acompanhamento profissional, pode trazer alguns benefícios como:

saúde metabólica;
desempenho cognitivo;
redução da obesidade;
redução de condições ligadas à obesidade como a gordura no fígado;
até redução de doenças crônicas como diabetes e câncer.

Jejum e Atividade Física

O que acontece se treinar em jejum?

A “modinha” de treinar em jejum parece que chegou para ficar em diferentes modalidades esportivas. Promessas de benefícios físicos e mentais não faltam:

aumento da queima de gordura;
perda de peso;
estabilização dos níveis de cortisol (hormônio causador do estresse);
facilita o funcionamento do corpo.

Mas será que todos esses resultados podem ser conquistados em qualquer esporte?

A resposta é NÃO!

As modalidades mais indicadas para o treino em jejum são os conhecidos por atividades de cardio ou endurance, como: corrida, natação e ciclismo etc, ou seja, esportes que possibilitam a uso da gordura como fonte energética.

Por isso, treinos de força e de musculação não estão entre as atividades indicadas para aplicação do jejum.

Correr em jejum: pode ou não pode?

É correto correr de manhã em jejum?

A resposta é DEPENDE. Tudo vai depender da intensidade e do volume da corrida.

Correr em jejum não é indicado para distâncias mais longas, a partir de 10 quilômetros ou treinos curtos e intensos (como os tiros). Nesses casos, a performance provavelmente ficará comprometida.

Desta forma, é mais indicado utilizar essa estratégia para os treinos mais leves a moderados, principalmente quando a alimentação foi bem distribuída no dia anterior.

Mesmo assim, correr em jejum não deve ser uma regra para todos os corredores e não costuma ser a melhor alternativa para quem está começando no esporte.

Isso porque o corredor iniciante passa por importantes adaptações não só alimentares como físicas ao começar na modalidade.

Cuidados antes de correr em jejum

Se você decidir correr em jejum, é importante estar bem atento a alguns cuidados básicos, neste checklist:

verifique a volume e a intensidade do treino são moderados;
como está sua alimentação e hidratação no dia a dia;
se hidrate antes da atividade;
não eleve a intensidade ou a quilometragem;
atenção à alimentação do dia anterior.

Quais os benefícios de correr em jejum?

Entre os principais benefícios de correr em jejum, mediante às condições expostas anteriormente, está o uso da gordura como fonte de energia.

Ou seja, essa corrida pode promover mais queima de gordura e emagrecimento. Mas muita atenção!

Para algumas pessoas, a falta de alimento traz alguns desconfortos como cansaço, tonturas e perda de rendimento durante o treino.

Mas pode ser pior.

Caso a alimentação geral do corredor não esteja adequada, pode haver, a médio prazo, uma perda de massa muscular e, consequentemente, expor esse atleta a possíveis lesões para o decorrer da planilha.

Independentemente do uso eventual do jejum para a prática da corrida, ter uma alimentação geral equilibrada e focada nos objetivos do esporte é a escolha que certamente trará os melhores resultados na performance nos treinos e provas.